quarta-feira, 9 de outubro de 2013

RETORNAMOS COM AS PUBLICAÇÕES HOJE, 09/10/2013. ESTAREMOS ATUALIZANDO INFORMAÇÕES E PUBLICAÇÃO DE EVENTOS E MUITO MAIS. ELIENE/SECRETÁRIA GERAL

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Normas de Sala de Aula

Normas de Sala de Aula

- Desligar o celular durante as aulas.
- Tratar com civilidade (respeito aos professores e colegas).
- Não perturbar as aulas com conversas paralelas.
- Entregar os trabalhos na data combinada.
- Entrar em sala de aula só com a autorização do professor (inicio da aula tolerância de 15 minutos).



Parte do Regimento Escolar
DOS DIREITOS, DEVERES E PENALIDADES DO PESSOAL DISCENTE

Art. 140 São direitos do aluno:
I – tomar conhecimento, no ato da matrícula, das disposições contidas neste regimento.

II – conhecer os programas de ensino que operacionalizam o currículo pleno de seu curso e serão desenvolvidos durante o ano letivo;
III – receber assistência educacional de acordo com suas necessidades, observadas as possibilidades da unidade escolar;
IV – recorrer às autoridades escolares quando se julgar prejudicado;
V – ser respeitado e tratado com urbanidade e equidade;
VI – ter sua individualidade respeitada pela comunidade escolar sem discriminação de qualquer natureza;
VII – participar das atividades escolares sociais, cívicas e recreativas destinadas à sua formação;
VIII – receber todas as avaliações e trabalhos escolares corrigidos com as respectivas notas, critérios utilizados na correção, bem como ser informado de seus erros e acertos;
IX – ser analisado e avaliado ao final de cada bimestre pelo Conselho de Classe, nas áreas: cognitiva e afetivo-social;
X – tomar conhecimento via boletim ou equivalente, devidamente assinado pela autoridade competente, seu rendimento escolar e sua freqüência;
XI – requerer matrícula, renovação de matrícula, transferência e outra documentação escolar se com dezoito anos ou mais; e através de seus pais e responsáveis se com menos de dezoito anos;
XII – requerer, documentalmente, ao conselho de classe revisão de resultados quando se sentir prejudicado, se com dezoito anos ou mais; e via dos pais ou responsáveis, se menor de dezoito anos.
XIII - participar da elaboração e aprovação do Projeto Político Pedagógico e Regimento Escolar.
XVI - (quando o aluno, travesti ou transexual, se reconhece ou é identificado, reconhecido por sua comunidade) manifestar-se por escrito seu interesse de que o nome social acompanhe o nome civil em todos os registros e documentos escolares, excluindo o nome social do histórico escolar e do diploma.

Art. 141 São deveres do aluno:
I – cumprir o regimento escolar e demais normas que regem o ensino;
II – freqüentar, com assiduidade e pontualidade, aulas e demais atividades escolares;
III – desempenhar, com responsabilidade todas as atividades escolares em que a sua participação for exigida;
IV – abster-se de atos que perturbem a ordem, a moral e os bons costumes ou importem em desacato às leis, às autoridades constituídas quando no desempenho de suas funções;
V – contribuir, no que lhes couber, para:
a) – conservação e manutenção do prédio, mobiliários, equipamentos e outros materiais de uso coletivo;
b) – higiene e limpeza das instalações;
VI – comunicar à direção o seu afastamento temporário, por motivo de doença ou outros, mediante documento comprobatório;
VII – atender às determinações dos diversos setores da unidade escolar, no que lhes compete;
VIII – indenizar os prejuízos quando produzir danos materiais à unidade escolar e a terceiros;
IX – desincumbir – se das obrigações que lhes forem atribuídas no âmbito de sua competência, pela unidade escolar;
X – prestar contas das tarefas executadas em cumprimento de incumbências recebidas;
XI – tratar com civilidade os colegas, professores e demais servidores da unidade escolar;
XII – atuar com responsabilidade e probidade na execução de todas as atividades escolares;
XIII – zelar pelo bom nome da instituição procurando honrá-la com adequado comportamento social e conduta irrepreensível, concorrendo, sempre; onde quer que se encontre, para elevação de seu próprio nome e da Unidade Escolar.

Art. 142 - É vedado ao aluno :
I – entrar em classe ou dela sair sem permissão do professor;
II – ocupar-se durante a aula, de qualquer atividade que não lhe seja alusiva;
III – promover, sem autorização da direção coletas e subscrições dentro ou fora da unidade escolar;
IV – convidar pessoas alheias a entrar na unidade escolar ou nas salas de aula;
V – promover algazarra e distúrbios nas imediações, nos corredores, nos pátios e noutras dependências da unidade escolar;
VI – trazer consigo material estranho às atividades escolares principalmente os que impliquem risco à saúde e à vida;
VII – cometer injúria e calúnia contra colegas professores e demais funcionários;
VIII – promover ou participar de movimento de hostilidade ou desprestígio à unidade escolar, ao seu pessoal e as autoridades constituídas;
IX – divulgar, por qualquer meio de comunicação assunto que envolva direta ou indiretamente o nome da unidade escolar e seus servidores sem antes comunicar às autoridades competentes;
X – rasurar ou adulterar qualquer documento escolar;
XI – usar de fraudes no desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem.
(inserir as infrações disciplinares, faltas disciplinares graves, para aplicação de quando necessário suspensão e /ou transferência e outras que a unidade julgar necessário a inclusão neste artigo)
XII- O uso do uniforme em comum acordo com a comunidade escolar;
XIII- Utilizar em sala de aula, boné, celulares e similares.
Parágrafo único- O uso indevido de boné, celulares e similares acarretará no recolhimento do material e convocará os pais a comparecerem na unidade escolar, conforme lei nº 16.993/2010.

Art. 143 Pela inobservância ao disposto neste regimento, o aluno estará sujeito às seguintes penalidades:
I – Advertência
II – Repreensão
Parágrafo único. As penalidades serão aplicadas pelo diretor excetuando as dos incisos I e II do Artigo 142, que poderão também ser aplicadas por professores, e a do inciso I que poderá ser aplicada por outros servidores, no exercício de suas funções.

Art. 144 A pena de Advertência será verbal e destinada a transgressões leves.

Art. 145 A pena de Repreensão será por escrito por reincidência nas situações constantes do artigo anterior.

Art. 146. A aplicação da pena disciplinar poderá ser efetuada pelo diretor da unidade escolar ao aluno que cometer falta(s) disciplinar(es), após ouvido e apurado pelo Conselho Escolar e esgotado todos os recursos escolares (sempre registrados em livro deste fim), dando conhecimento imediato ao aluno ou ao seu responsável e aos órgãos de justiça e educação, observando os parágrafos supra citados.

§ 1º– A falta de Repreensão, em virtude de demonstração de bom comportamento pelo aluno, propiciará ato declaratório de seu desempenho anotado em seu dossiê.
§ 2º - É conferido ao aluno e aos seus responsáveis legais o direito ao contraditório e à ampla defesa, junto ao Conselho Escolar, bem como a possibilidade de serem arroladas testemunhas em seu favor, em máximo de 03(três), quando conveniente, no processo de aplicação da transferência.
§ 3º - É direito do aluno que estiver sobre pena de repreensão ou transferência a conclusão das avaliações do bimestre letivo, e se necessário, o Conselho Escolar deve avaliar a necessidade desta penalidade e revogar em oficio a transferência do aluno sempre que se mostrar necessário para que o estudante possa concluir o bimestre letivo, participando regularmente das atividades escolares, inclusive das atividades que estão em curso.
§ 4º - A aplicação de transferência ao aluno somente será efetuada se existir vaga em outra escola próximo à sua residência, devendo a execução ocorrer, preferencialmente, nos períodos de férias e recessos.
§ 5º- Todos os casos de transferências aplicadas como pena disciplinar deverão ser comunicadas à Subsecretaria Regional de Educação de Anápolis, a Promotoria de Justiça, no prazo máximo de 24(vinte e quatro horas).

Art 147 Em situações de atos infracionais praticados por adolescente entre 12(doze) a 18 (dezoito)anos no interior a unidade escolar, a direção deverá analisar com base na sua gravidade, a fim de que seja realizado o encaminhamento correto.

§1º- Os casos de maior gravidade (lesão corporal em que a vítima apresenta sinais da agressão, homicídio, porte para uso e tráfico de entorpecentes, porte de arma, porte de explosivos ou bomba caseira, dano intencional ao patrimônio público ou particular) deverão ser levados ao conhecimento da autoridade policial através da Delegacia comum ou Especializada, pessoalmente ou através de relatório completo da ocorrência, para que esta providencie a elaboração do Boletim de Ocorrência e a requisição dos laudos necessários à comprovação da materialidade do fato ou testemunhas em caso de ameaças, requisitos imprescindíveis se necessário a instauração de processo contra o adolescente, visando à aplicação de medida sócio e educativa.
§2º - Se o ato for praticado por criança (pessoa com até 12 anos incompletos), o fato deverá ser encaminhado ao Conselho Tutelar da região ou na falta deste o encaminhamento deverá ser feito, mediante ofício, ao Juizado da Infância e Juventude (ou Juiz de Direito da Comarca).
§3º - Em qualquer hipótese, os pais ou responsável pela criança ou adolescente deverão ser notificados e orientados, bem como deverão acompanhar todo procedimento disciplinar, podendo juntamente com seu filho interpor os recursos administrativos cabíveis.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

POSTAGENS DE 2010

Em breve estaremos realizando postagens das atividades e projetos de 2010.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

FOTOS DO SARAU DE POESIA

FOI UM SUCESSO!
SUCESSO DO PEDAGÓGICO;
SUCESSO DO ARTÍSTICO CULTURAL;
SUCESSO,
SUCESSO,
SUCESSO.
PARABÉNS A TODA EQUIPE.
PARABÉNS, ALUNOS.
VALEU A PENA.

E AS FOTOS ESTÃO NO ALBUM PICASA.
http://picasaweb.google.com.br/colegiobeneditabrita

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Dupla pedagógica


Nossa escola recebe apoio da dupla pedagógica da Subsecretaria Regional de Educação de Anápolis formada pelas professoras Zilma e Marilene.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

SARAU DE POESIA







SARAU DE POESIA

O sarau está previsto no Projeto da Biblioteca Escolar e no PDE (Plano de Desenvolvimento da Escola).
Surgiu da necessidade de despertar no aluno o prazer pela leitura e suas formas valorizando-a como meio de comunicação, entretenimento, cultura e expressão linguística.
Com o objetivo de transformar o ambiente escolar e promover a valorização do desenvolvimento cognitivo e social dos discentes de forma prazerosa é que toda a comunidade escolar está envolvida com o projeto desenvolvendo excelente trabalho.
Na biblioteca há o baú de poesia que os professores levam para as salas de aula e que tem agradado muito. Atende de uma forma especial a demanda da EJA. A bibliotecária Maria Aparecida entendeu que seria a forma de dinamizar o trabalho no turno noturno.
O sarau será realizado no dia 27/11/09 e estamos preparando belas apresentações. Além disso, estaremos premiando melhores redações do Projeto de Resíduos Sólidos e os melhores declamadores de poesia.
Iniciaremos o trabalho com um café da manhã de Ação de Graças pela PAZ.



quarta-feira, 11 de novembro de 2009

POESIAS DE VINÍCIUS DE MORAES


O pato
Lá vem o Pato Pata aqui, pata acolá La vem o Pato Para ver o que é que há.O Pato patetaPintou o caneco Surrou a galinha Bateu no marreco Pulou do poleiro No pé do cavalo Levou um coice Criou um galo Comeu um pedaço De jenipapo Ficou engasgado Com dor no papo Caiu no poço Quebrou a tigelaTantas fez o moço Que foi pra panela.Vinicius de Moraes


A casa
Era uma casa Muito engraçada Não tinha teto Não tinha nada Ninguém podia Entrar nela nãoPorque na casa Não tinha chão Ninguém podia Dormir na rede Porque na casa Não tinha parede Ninguém podia Fazer pipi Porque penico Não tinha ali Mas era feita Com muito esmero Na Rua dos Bobos Número Zero. Vinicius de Moraes


As borboletas
Brancas Azuis Amarelas E pretas Brincam Na luz As belas Borboletas Borboletas brancas São alegres e francas. Borboletas azuis Gostam muito de luz. As amarelinhas São tão bonitinhas! E as pretas, então . . .Oh, que escuridão! Vinicius de Moraes


O girassol
Sempre que o sol Pinta de anil Todo o céu O girassol Fica um gentil Carrossel. O girassol é o carrossel das abelhas. Pretas e vermelhas Ali ficam elas Brincando, fedelhas Nas pétalas amarelas.— Vamos brincar de carrossel, pessoal?— "Roda, roda, carrossel Roda, roda, rodador Vai rodando, dando mel Vai rodando, dando flor".— Marimbondo não pode ir que é bicho mau!— Besouro é muito pesado!— Borboleta tem que fingir de borboleta na entrada!— Dona Cigarra fica tocando seu realejo!— "Roda, roda, carrossel Gira, gira, girassol Redondinho como o céuMarelinho como o sol".E o girassol vai girando dia afora . . .O girassol é o carrossel das abelhas. Vinicius de Moraes


O relógio
Passa, tempo, tic-tac Tic-tac, passa, hora Chega logo, tic-tac Tic-tac, e vai-te embora Passa, tempo Bem depressa Não atrasa Não demora Que já estou Muito cansadoJ á perdi Toda a alegria De fazerMeu tic-tac Dia e noite Noite e dia Tic-tac Tic-tac Tic-tac . . .Vinicius de Moraes


O pingüim
Bom-dia, Pingüim Onde vai assim Com ar apressado? Eu não sou malvado Não fique assustado Com medo de mim. Eu só gostaria De dar um tapinha No seu chapéu de jaca Ou bem de levinho Puxar o rabinho Da sua casaca. Vinicius de Moraes


O elefantinho
Onde vais, elefantinho Correndo pelo caminho Assim tão desconsolado? Andas perdido, bichinho Espetaste o pé no espinho Que sentes, pobre coitado?— Estou com um medo danado Encontrei um passarinho! Vinicius de Moraes


A porta
Eu sou feita de madeira Madeira, matéria morta Mas não há coisa no mundo Mais viva do que uma porta. Eu abro devagarinho Pra passar o menininho Eu abro bem com cuidado Pra passar o namorado Eu abro bem prazenteira Pra passar a cozinheira Eu abro de sopetão Pra passar o capitão. Só não abro pra essa gente Que diz (a mim bem me importa . . .) Que se uma pessoa é burra É burra como uma porta. Eu sou muito inteligente! Eu fecho a frente da casa Fecho a frente do quartel Fecho tudo nesse mundo Só vivo aberta no céu! Vinicius de Moraes


O leão
Leão! Leão! Leão! Rugindo como um trovão Deu um pulo, e era uma vez Um cabritinho montês. Leão! Leão! Leão! És o rei da criação!Tua goela é uma fornalha Teu salto, uma labaredaTua garra, uma navalha Cortando a presa na queda. Leão longe, leão perto Nas areias do deserto. Leão alto, sobranceiro Junto do despenhadeiro. Leão na caça diurna Saindo a correr da furna. Leão! Leão! Leão! Foi Deus que te fez ou não? O salto do tigre é rápido Como o raio; mas não há Tigre no mundo que escape Do salto que o Leão dá. Não conheço quem defronte O feroz rinoceronte. Pois bem, se ele vê o Leão Foge como um furacão. Leão se esgueirando, à espera Da passagem de outra fera . . .Vem o tigre; como um dardo Cai-lhe em cima o leopardo E enquanto brigam, tranqüilo O leão fica olhando aquilo. Quando se cansam, o LeãoMata um com cada mão. Leão! Leão! Leão! És o rei da criação! Vinicius de Moraes


A cachorrinha
Mas que amor de cachorrinha! Mas que amor de cachorrinha! Pode haver coisa no mundo Mais branca, mais bonitinha Do que a tua barriguinha Crivada de mamiquinha? Pode haver coisa no mundo Mais travessa, mais tontinha Que esse amor de cachorrinha Quando vem fazer festinha Remexendo a traseirinha? Vinicius de Moraes


A galinha-d'angola
Coitada Da galinha-D'Angola Não anda Regulando Da bola Não pára De comer A matraca E vive A reclamar Que está fraca:— "Tou fraca! Tou fraca!"Vinicius de Moraes

O Mosquito
O mundo é tão esquisito: Tem mosquito. Por que, mosquito, por queEu . . . e você? Você é o inseto Mais indiscreto Da CriaçãoTocando fino Seu violinoNa escuridão.Tudo de mau Você reúne Mosquito pau Que morde e zune.Você gostaria De passar o diaNuma serraria —Gostaria? Pois você parece uma serraria! Vinicius de Moraes


A Foca
Quer ver a focaFicar feliz? É por uma bola No seu nariz. Quer ver a foca Bater palminha? É dar a ela Uma sardinha. Quer ver a foca Fazer uma briga? É espetar ela Bem na barriga! Vinicius de Moraes


As Abelhas
A AAAAAAAbelha mestra E aaaaaaas abelhinhas Estão tooooooodas prontinhas Pra iiiiiiir para a festa.Num zune que zune Lá vão pro jardim Brincar com a cravina Valsar com o jasmim.Da rosa pro cravo Do cravo pra rosa Da rosa pro favo Volta pro cravo.Venham ver como dão mel As abelhinhas do céu! Vinicius de Moraes


O Marimbondo
Marimbondo furibundo Vai mordendo meio mundo Cuidado com o marimbondo Que esse bicho morde fundo!— Eta bicho danado!Marimbondô De chocolat Saia daqui Sem me morder Senão eu dou Uma pauladaBem na cabeça De você.— Eta bicho danado! Marimbondo . . . nem te ligo! Voou e veio me espiar bem na minha cara . . .— Eta bicho danado! Viniciu de Moraes


O Peru
Glu! Glu! Glu!Abram alas pro Peru! O Peru foi a passeio Pensando que era pavãoTico-tico riu-se tanto Que morreu de congestão. O Peru dança de roda Numa roda de carvão Quando acaba fica tonto De quase cair no chão. O Peru se viu um dia Nas águas do ribeirão Foi-se olhando foi dizendo Que beleza de pavão!Glu! Glu! Glu!Abram alas pro Peru! Vinicius de Moraes


A Arca de Noé
Sete em cores, de repente O arco-íris se desata Na água límpida e contente Do ribeirinho da mata.O sol, ao véu transparente Da chuva de ouro e de prata Resplandece resplendente No céu, no chão, na cascata. E abre-se a porta da Arca De par em par: surgem francas A alegria e as barbas brancas Do prudente patriarcaNoé, o inventor da uva E que, por justo e temente Jeová, clementemente Salvou da praga da chuva.Tão verde se alteia a serra Pelas planuras vizinhas Que diz Noé: "Boa terra Para plantar minhas vinhas! "E sai levando a famíliaA ver; enquanto, em bonançaColorida maravilha Brilha o arco da aliança. Ora vai, na porta aberta De repente, vacilante Surge lenta, longa e incerta Uma tromba de elefante. E logo após, no buraco De uma janela, aparece Uma cara de macaco Que espia e desaparece. Enquanto, entre as altas vigas Das janelinhas do sótãoDuas girafas amigas De fora a cabeça botam.Grita uma arara, e se escuta De dentro um miado e um zurro Late um cachorro em disputa Com um gato, escouceia um burro. A Arca desconjuntada Parece que vai ruir Aos pulos da bicharadaToda querendo sair. Vai! Não vai! Quem vai primeiro?As aves, por mais espertas Saem voando ligeiro Pelas janelas abertas. Enquanto, em grande atropelo Junto à porta de saída Lutam os bichos de peloPela terra prometida."Os bosques são todos meus!"Ruge soberbo o leão"Também sou filho de Deus!"Um protesta; e o tigre — "Não!"Afinal, e não sem custoEm longa fila, aos casaisUns com raiva, outros com sustoVão saindo os animais. Os maiores vêm à frente Trazendo a cabeça erguida E os fracos, humildemente Vêm atrás, como na vida. Conduzidos por Noé Ei-los em terra benquistaQue passam, passam até Onde a vista não avista Na serra o arco-íris se esvai . . .E . . . desde que houve essa história Quando o véu da noite cai Na terra, e os astros em glória

A Arca de Noé( continuação)
Enchem o céu de seus caprichos É doce ouvir na caladaA fala mansa dos bichos Na terra repovoada.
Natal
De repente o sol raiou E o galo cocoricou:- Cristo nasceu! O boi, no campo perdido Soltou um longo mugido:- Aonde? Aonde?Com seu balido tremido Ligeiro diz o cordeiro:- Em Belém! Em Belém! Eis senão quando, num zurro Se ouve a risada do burro:- Foi sim que eu estava lá! E o papagaio que é gira Pôs-se a falar: - É mentira! Os bichos de pena, em bando Reclamaram protestando. O pombal todo arrulhava:- Cruz credo! Cruz credo! Brava A arara a gritar começa:- Mentira! Arara. Ora essa!- Cristo nasceu! canta o galo.- Aonde? pergunta o boi.- Num estábulo! - o cavalo Contente rincha onde foi. Bale o cordeiro também:- Em Belém! Mé! Em Belém!E os bichos todos pegaram O papagaio caturra E de raiva lhe aplicaram Uma grandíssima surra. Vinicius de Moraes

Gato
Com um lindo salto Lento e seguroO gato passa Do chão ao muroLogo mudando De opinião Passa de novo Do muro ao chão E pega corre Bem de mansinho Atrás de um pobre De um passarinho Súbito, pára Como assombrado Depois dispara Pula de lado E quando tudo Se lhe fatigaToma o seu banhoPassando a línguaPela barriga. Vinicius de Moraes
A um passarinho
Para que vieste Na minha janelaMeter o nariz? Se foi por um verso Não sou mais poeta Ando tão feliz! Se é para uma prosa Não sou Anchieta Nem venho de Assis. Deixa-te de histórias Some-te daqui! Vinicius de Moraes


A Corujinha
Corujinha, corujinha Que peninha de você Fica toda encolhidinha Sempre olhando não sei que O teu canto de repente Faz a gente estremecer Corujinha, pobrezinha Todo mundo que te vê Diz assim, ah! coitadinha Que feinha que é você Quando a noite vem chegando Chega o teu amanhecer E se o sol vem despontando Vais voando te esconder Hoje em dia andas vaidosa Orgulhosa com quê Toda noite tua carinha Aparece na TV Corujinha, corujinha Que feinha que é você! Vinicius De Moraes & Toquinho

A Formiga
As coisas devem ser bem grandes Pra formiga pequeninaA rosa, um lindo palácio E o espinho, uma espada fina A gota dágua, um manso lago Um pingo de chuva, o mar Onde um pauzinho boiando É navio a navegar Um bico de pão, o corcovado O grilo, um rinocenronte Uns grãos de sal derramados, Ovelhinhas pelo monte Vinicius de Moraes -

O Porquinho
Muito prazer, sou o porquinho Eu te alimento também Meu couro bem tostadinho Quem é que não sabe o sabor que tem Se você cresce um pouquinho O mérito, eu sei Cabe a mim tambémS e quiser, me chame Te darei salame E a mortadelaBranca, rosa e bela Num pãozinho quente Continuando o assunto Te darei presunto E na feijoada Mesmo requentada Agrado a toda gente Sendo um porquinho informado O meu destino bem sei Depois de estar bem tostado Fritinho ou assado Eu partirei Com a tia vaca do lado Vestido de anjinho Pro céu voarei Do rabo ao focinho Sou todo toicinho Bota malagueta Em minha costeleta Numa gordurinha Que coisa maluca Minha pururuca É uma beleza Minha calabresa No azeite fritinha Vinicius de Moraes / Toquinho

O ar (O vento)
Estou vivo mas não tenho corpo Por isso é que não tenho forma Peso eu também não tenho Não tenho cor Quando sou fraco Me chamo brisa E se assobio Isso é comum Quando sou forte Me chamo vento Quando sou cheiro Me chamo pum! Vinicius de Moraes

Teu nome
Teu nome, Maria Lúcia Tem qualquer coisa que afaga Como uma lua macia Brilhando à flor de uma vaga. Parece um mar que marulha De manso sobre uma praiaTem o palor que irradia A estrela quando desmaia. um doce nome de filha É um belo nome de amada Lembra um pedaço de ilha Surgindo de madrugada. Tem um cheirinho de murta E é suave como a pelúcia É acorde que nunca finda É coisa por demais lindaTeu nome, Maria Lúcia...Vinícius de Moraes